Cesta Jurídica reforça a defesa da Justiça do Trabalho como salvaguarda do trabalhador
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25/10/2019 :» João Henrique Vieira :» Regionais
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“Enquanto houver trabalho, haverá Justiça do Trabalho”, assim o desembargador Francisco Meton Marque de Lima, do TRT-PI-22, abriu a 5ª edição do Cesta Jurídica, realizado dia 24/10, com o tema “Os novos paradigmas do Direito Coletivo”. O evento reuniu diversas entidades sindicais – dentre elas o Sindicato dos Bancários do Piauí (SEEBF-PI), representado por diversos diretores e setor jurídico do SEEBF-PI –, associações, profissionais e estudantes de Direito; no Auditório Serra da Capivara, na sede do TRT-PI, em um momento rico de informação e formação.
O desembargador Meton Marques de Lima frisou que enquanto houve civilização, haverá trabalho e um instrumento jurídico que o regula, que julga essas questões, não importa o nome que lhe dê. “A Justiça do Trabalho é o último bastião onde o trabalhador busca seus direitos. Se destruir a Justiça do Trabalho o trabalhador vai ficar realmente desprotegido. É um grande perigo para a Ordem Social do Brasil. Não existe Estado sério, sem trabalho. Destruir esses instrumentos é muito perigoso que o país entre em colapso social, em desordem e violência”, disse.
Meton Marques ressaltou ainda a importância do trabalhador no desenvolvimento do país, dando como exemplo o FGTS e sua importância para o Brasil. “O PIB do Brasil ia chegar ao fim do ano negativo, e o Governo pegou o Fundo de Garantia, que é dos trabalhadores, e mandou liberar R$ 500 para o titular de cada conta. Ou seja, liberar para o seu próprio dono, como uma maneira de fazer o PIB ganhar 1% de acréscimo e sair uma propaganda positiva do Brasil. Quem tá salvando o país? O trabalhador. Quem financia o saneamento básico? o Fundo de Garantia . É o trabalhador quem urbaniza, que saneia. A economia está nas costas do trabalhador e ele merece respeito correspondente ao preço que ele paga”, afirmou Meton.
Tecnologia e movimento sindical
O procurador regional do Trabalho do Ceará, Gérson Marques, apresentou a palestra “As novas tecnologias e o impacto no sistema sindical”. Uma explanação pertinente e provocativa sobre a necessidade de novas relações no meio sindical.
“A estimativa do IBGE, dados de 2015, é que a média de filiação aos sindicatos é 16% da classe empregada. Imagine com essas tecnologias em que os trabalhadores não estrão mais vinculados fisicamente às fábricas. Esse percentual vai cair e com isso o sindicato perde uma parte considerável de sua legitimidade, representatividade e representação. Se enfraquece. O Sindicato precisa pensar em ampliar sua representação, para todos os trabalhadores, não só os empregados e também se relacionar melhor com essas novas tecnologias, ter plataformas sindicais, pensar em assembleias virtuais, eleições, criar estímulos para que esses trabalhadores se filiem. Utilizar a tecnologia a favor do movimento sindical”.
O procurador Gérson também comentou sobre as mudanças no setor sindical bancário, advindas com a tecnologia. “Há uns 20 anos, quando tinha uma greve, era uma preocupação muito grande, os bancos fechavam. O país praticamente parava. Hoje em dia, quando se tem uma greve de bancários, continuam os caixas eletrônicos funcionando, você paga as contas a partir dos aplicativos, não sai nem de casa. O impacto de uma greve dos bancários hoje é muito mais de efeito moral, do que de acarretar algum prejuízo às empresas. Isso é uma repercussão dessa mudança nas relações de trabalho”, explicou.
O presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí, Odaly Medeiros, avaliou positivamente o evento e as informações compartilhadas. “O Seminário foi de extrema importância e necessário. Palestras muito esclarecedoras sobre como devemos nos organizar nessa defesa dos trabalhadores e do conjunto da sociedade. Precisamos defender a Justiça do Trabalho que vem sendo fragilizado pelo Governo Federal. Essa discussão foi muito importante e saímos de lá convictos de que os trabalhadores precisam mais do que nunca estar unidos para combater essa política adotada pelo Governo Federal de precarização dos sindicatos, das organizações sociais, da Justiça do Trabalho que visa implementar a política do grande empresário, do mercado. Minha avaliação é positiva, só precisamos colocar em prática”, concluiu Odaly.
Fonte SEEBF-PI tags:» Justiça do Trabalho, Direito Coletivo, SEEBF-PI, TRT-PI, Cesta Jurídica
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