XIII Encontro Regional do Mel (Picos) foi um alerta contras as reformas que atacam os trabalhadores
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03/04/2017 :» João Henrique Vieira :» Regionais
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Reunindo bancários e bancárias da microrregião de Picos (PI), o XIII Encontro Regional do Mel trouxe um alerta à categoria – é hora de se levantar e lutar contra as reformas que atacam a classe trabalhadora. Com programação que incluiu palestras sobre Reforma da Previdência, Trabalhista e Terceirização os diretores da Regional de Picos e de Teresina do Sindicato dos Bancários do Piauí (SEEBF-P) debateram de maneira clara e firme os vários ataques que representam esses projetos impostos pelo atual Governo Federal. Formaram a mesa de abertura o presidente do SEEBF-PI Arimatea Passos; Fábio Neiva, Regional de Picos; Hortência Oliveira, diretora de comunicação do SEEBF-PI; Franck Bezerra, presidente da OAB de Picos e Lourdes Leal, ex-diretora da regional de Picos e destacada militante nas décadas de 80 e 90 na regional.
Já na abertura do evento o presidente do SEEBF-PI, Arimatea Passos, falou da gravidade e da necessidade de se atentar, levantar e lutar na defesa do emprego e chamou a atenção para a importância da eleição de Delegado Sindical que se inicia agora em abril, elogiou a Regional pela excelente organização do evento e o público presente que questionou e interagiu. O presidente explicou o objetivo principal do Encontro. “Viemos com o objetivo de alertar as pessoas a começarem a participar dos seus interesses de trabalho. O tema todo foca naquilo que está previsto para acontecer no Brasil. Já foi aprovada a terceirização e a Reforma da Previdência e Trabalhista estão aí para serem discutidas. Os bancários precisam se integrar mais com toda a sociedade para que se vejam os perigos que corre com essas reformas propostas por um governo ilegítimo. Um governo que tem como único objetivo botar a conta de tudo para os trabalhadores”, afirmou Arimatea.
O diretor da Regional de Picos, Fábio Neiva, lembrou a história de luta da ex-diretora Lourdes Leal, uma referência de atuação na regional no período da ditadura militar no Brasil, e falou da importância do fortalecimento do Sindicato, da Regional do Mel e da descentralização do Sindicato no interior do Estado. Fabio explicou que o objetivo principal no Encontro é alertar para a gravidade do momento. “O objetivo é alertar. Quando se fala da Reforma Trabalhista, maneira geral, a população ainda não se deu conta da gravidade e da maldade que essa reforma representa tanto para as questões trabalhistas e principalmente as consequências sociais, pois vai gerar mais desempregos, mais acidentes de trabalho e a desestabilização familiar por conta das crises financeiras que vão acontecer devido a essas perdas causadas ao trabalhador”.
Já o diretor Antônio Libório, da Regional de Picos, também afirmou a necessidade de atentar para a gravidade do momento. “É hora de não só os bancários, mas toda a classe trabalhadora, acordar para a gravidade do momento. É um alerta para nós bancários que temos que lutar e reivindicar. Por isso vamos falar para alertar a população. Não podemos esperar que só o Sindicato, só a Diretoria faça alguma coisa, nós todos, seja Delegado Sindical, seja funcionário, temos que ir para a rua, lutar e reivindicar os direitos”, disse Libório.
Debate e ação contra as reformas
Debater de maneira clara e objetiva os ataques contra a classe trabalhadora foi norte das palestras apresentadas. Assim, foi a palestra do presidente da OAB de Picos, Franck Bezerra, sobre a Reforma da Previdência. Franck Bezerra começou fazendo um histórico da previdência, do caráter solidário da seguridade social brasileira e criticou os dados de déficit apresentados pelo governo, “dados questionados e questionáveis”. Apontou que a reforma será cruel com o estado do Piauí, com a região nordeste, pois não leva em conta as disparidades entre os estados. “No Piauí, por exemplo, a média é de 67 anos, assim a pessoa, na teoria só terá mais 2 anos de vida após a aposentadoria”, disse Franck, que comentou ainda o quanto a reforma vai ser cruel com as mulheres, que na prática têm uma jornada tripla, e que a reforma também é cruel com os jovens que serão diretamente atingidos.
O presidente da OAB de Picos afirmou que é preciso conhecer todos os pontos dessa proposta de reforma e construir um amplo debate. “Essa discussão tem que ser ampla, envolver toda a sociedade, inclusive as cidades do interior onde as pessoas nem sempre têm o acesso maior à comunicação. Na Reforma da Previdência a gente sente que existem muitas pessoas que não conhecem todos os pontos e por não conhecer, às vezes fala de um ou outro e pode até deixar passar, pensando que a reforma não é tão ruim assim. Então é importante a presença de todos os municípios da região de Picos para que todos fiquem a par desse projeto de Reforma da Previdência, que possa lutar e pressionar os deputados para que não aprovem essa reforma. Eu espero que os bancários se mobilizem muito, porque a reforma vai atingir diretamente essa classe trabalhadora”, afirmou Bezerra.
Franck lembrou que os bancários são uma categoria forte e que o momento exige engajamento e luta. “Os bancários têm um histórico de lutas no Brasil, todos os anos o movimento bancário por direitos sociais e melhores condições de trabalho vem se intensificando e especificamente sobre a Reforma da Previdência os bancários vão ser extremamente penalizados, porque terão que trabalhar um período muito superior do que a carga de horário permite. Então esses encontros são importantes, porque daqui surgem ideias e discussões que podem chegar até os deputados que vão, nos próximos meses, votar essa reforma”, afirmou Franck.
O presidente do SEEBF-PI, Arimatea Passos, que apresentou palestra sobre Terceirização abordou a precarização do trabalho, fim de concursos e do capital especulativo. Afirmou que é preciso não só acordar, mas se levantar e ir para as ruas. “A única maneira de barrar esse golpe e essas reformas é ir para as ruas. Nossa expectativa é que depois dessas análises e debates aqui, que os bancários e bancárias de Picos possam participar ainda mais ativamente das mobilizações que o sindicato vai convocar, como a Greve Geral do dia 28 de abril. Se a gente conseguir, em Picos, que todos os bancários da região parem os trabalhos por pelos menos duas horas, em favor deles mesmos, para nós será uma grande conquista. Nossa esperança é que ao final de tudo isso as pessoas estejam mais conscientes e possam ser multiplicadores, possam discutir com suas famílias e amigos os problemas que os trabalhadores estão enfrentando agora nesse momento da história”, disse.
Força da classe bancária
Wilton Nunes, Delegado Sindical de Valença comentou sobre a força e protagonismo dos bancários que devem se levantar contra essas reformas. “A classe bancária é uma classe forte, temos essa sintonia da capital com o interior e com o todo o país, e é importante que a gente leve para a base, para a nossa família, para a população em si, explicando como está a situação de nosso país, porque as pessoas, muitas vezes, não sabem nem o que é Terceirização, Reforma da Previdência, e nós bancários formadores de opinião temos essa responsabilidade de esclarecer o que são realmente essas reformas”, afirmou Wilton.
A ex-diretora Lourdes Leal lembrou das lutas do passado e da necessidade de se munir de informação para as lutas atuais. “Eu nunca pensei que voltaríamos à estaca zero, porque a gente lutou tanto na década de 80 e 90 por essas conquistas, mas aí veio esse presidente golpista retirar de uma hora para a outra, na calada da noite, todas as nossas conquistas que foram sofridas e doídas. Agora eu vejo que a categoria não estava esperando, não estava preparada e está desarmada e o meu conselho é de gente novamente se imbuir de informações e participarmos ativamente. Vamos à luta, vamos nos informar e participar”, afirmou Lourdes.
Durante encontro houve ainda um plantão jurídico, com a advogada do setor jurídico do Sindicato, Luciana Castelo Branco, em que bancários da região puderam esclarecer dúvidas sobre questões trabalhistas. “Um momento desses é muito importante por reunir bancários da região e o Sindicato se faz presente em todos os aspectos. Pudemos esclarecer alguns questionamentos sobre processos e ações aos bancários de região”, informou Lucina.
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